Reações aos medicamentos da hipertensão

2020-04-18

Reações aos medicamentos da hipertensão

Os medicamentos usados para controlar a tensão arterial são de ampla utilização, até porque também são recomendados para alguns problemas cardíacos.
Entre estes medicamentos há um grupo que se destaca por ser causador de reações muito características: são os inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECAs), como o lisinopril, enalapril, ramipril, etc.

Podem provocar tosse em cerca de 15 % dos doentes que estão medicados, e asma com menos frequência.
Em cerca de 0.1-0.7% dos doentes provocam angioedema (“inchaços”).
Estas reações não são alérgicas, têm a ver com o próprio mecanismo de ação do fármaco que inibe a degradação da bradicinina ao bloquear a enzima que a degrada; a bradicinina ao acumular-se no organismo produz as reações.

A tosse aparece pouco tempo depois de se iniciar o tratamento com os medicamentos IECAs e persiste diariamente até serem suspendidos, podendo ainda manter-se alguma tosse residual em melhoria algum tempo.

O angioedema (“inchaços”) afeta tipicamente a língua, ou outras zonas da face, sendo que em casos mais graves pode envolver a úvula, glote ou laringe, produzindo quadros complicados de dificuldade respiratória. Curiosamente, o angioedema aparece vários anos após o início do fármaco e os sintomas não são diários, apesar da toma contínua do fármaco - o que faz com que médicos e pacientes não suspeitem desta associação! Tipicamente os sintomas aparecem de forma esporádica e sem fatores desencadeantes, levando a investigações exaustivas de potenciais causas sem que se suspeite do fármaco. Mas assim que se suspende o medicamento IECA a resolução dos angioedemas é imediata.

Os antagonistas dos recetores da angiotensina II, outros fármacos anti-hipertensivos, induzem angioedema muito menos frequentemente que os IECAs, e só muito raramente produzem tosse.

Os beta-bloqueadores (atenolol, bisoprolol, propranolol, etc) raramente ocasionam reações alérgicas, mas devem ser evitados ou prescritos com precaução a doentes asmáticos ou com quadros de anafilaxia recorrente, uma vez que podem piorar estas duas situações.

Os antagonistas dos canais de cálcio (diltiazem, lercanidipina, nifedipina, etc) podem desencadear exantemas cutâneos ou outro tipo de erupções cutâneas.

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