Primeiros socorros na anafilaxia

2019-07-03

Primeiros socorros na anafilaxia

A abordagem da reação anafilática é diferente conforme se trate de uma anafilaxia que ocorre em ambiente hospitalar, ou na via pública.
Iremos separar as duas situações.

● Anafilaxia na via pública
Perante uma situação de anafilaxia, e de modo a prestar os primeiros socorros deve fazer o seguinte:
- se o doente é portador de auto-injetor de adrenalina (canetas de adrenalina), deve imediatamente aplicar na porção lateral a meio da coxa.
- ligar o 112
- Ainda que a eficácia não esteja comprovada podem administrar-se anti-histamínicos e corticóides se estiverem disponíveis (muitas vezes os doentes têm consigo esta medicação).
- Enquanto aguardam pela assistência médica os doentes devem ser colocados em posição cómoda, deitados e com as pernas mais elevadas do que o tronco, exceto se houver vómitos ou dificuldade respiratória. Se estiver inconsciente, mas com boa respiração deve ser colocado deitado de lado. As mulheres grávidas devem ser deitadas viradas para o lado esquerdo.
- Não abandone o doente que acabou de sofrer a anafilaxia até que cheguem os meios de socorro especializados, mesmo que tenha feito medicação.
- Se for possível contacte um familiar.

● Em meio hospitalar
A situação clínica deve ser rapidamente reconhecida e a atuação deve ser pronta e rápida. Enquanto se mede a tensão arterial e as saturações de oxigénio iniciar a preparação da adrenalina, que deve ser administrada por via intramuscular na porção lateral a meio da coxa o mais rápido possível. Esta pode ser repetida se não houver melhoria substancial. É importante manter monitorização das tensões arteriais, e se baixarem iniciar administração endovenosa de soro.
Se houver diminuição da saturação deve administrar-se oxigénio, e se a auscultação revelar pieira deve fazer um broncodilatador, como o que se utiliza nas crises de asma.
Ainda que a eficácia não esteja comprovada podem administrar-se anti-histamínicos e corticóides. Os anti-histamínicos melhoram os sintomas cutâneos e os corticóides diminuem a possibilidade de sintomas mais tardios (anafilaxia bifásica)
O doente deve ser mantido em vigilância hospitalar algumas horas para se assegurar uma resposta adequada ao tratamento e que não há recidiva dos sintomas. No momento da alta hospitalar devem fornecer-se um relatório completo ao doente (onde constem as causas possíveis, o diagnóstico, os exames realizados, os tratamentos administrados e a evolução), prescrição de auto-injetor de adrenalina e encaminhar para a Consulta de Imunoalergologia.

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